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14 setembro 2012

AZULÃO X COMBINADO DA BAIXARIA

Finalmente a criatividade 'baixou' nos marketeiros que comandam a campanha eleitoral dos candidatos majoritários que disputam a prefeitura de Rio Branco

Vale a pena ouvir o áudio - com 6:36 minutos - da narração do jogo do ano: Fernando Melo e Luis Calixto liderando o combinado do Azulão x Combinado da Baixaria Futebol Clube, formado pelos jogadores 'Boca' do Paraná e 'Markito Pulista' de São Paulo.

Os problemas do jogo começam logo no sorteio para decidir quem escolhe o campo.

Quando o juiz joga a moeda para cima, dois jogadores do combinado da baixaria, 'Boca do Paraná' e 'Markito Paulista', se aproximam e a moeda some...no calor da discussão que se segue o 'Boca' acusa o 'Markito Paulista' de roubo, que por sua vez chama o 'Boca' de falso profeta, homofóbico...E este imediatamente retruca, afirmando que o 'Markito' é marionete, pau mandado...

Acalmados os ânimos, o narrador inicia o seu trabalho:

- 'Boca Paranaense' toca para o 'Markito Paulista' que 'sai pela direita olhando para a esquerda'...Markito pega o asfalto da pior qualidade, vai de Rio Branco até Cruzeiro do Sul, diz que tá uma beleza e afirma que vai espalhar esse serviço mal feito pelas ruas da nossa cidade, jogar um pouquinho aqui, um pouquinho acolá, no mínimo com essa jogada ele vai fazer tudo ficar cheio de buraco, o asfalto todo quebrado, com poeira até a canela...

Mais a frente, Fernando Melo recebe a bola de Luis Calixto, dá um banho de cuia no 'Boca', que cai sentado na horta e tenta se levantar com alguns legumes na mão, que joga para o povão tentando enganá-lo, mas tem dificuldade de se levantar porque tá com os bolsos cheios de promessas...Fernando Melo passa a bola para Calixto que dá um drible em 'Markito' que cai na lama da rua do povo e fica sorrindo para a torcida...

No final do primeiro tempo, quando o juiz apita a luz apaga e o jogo é suspenso. O juiz acha que com a escuridão o roubo vai ser demais. Os jogadores também reclamam que não tem água no vestiário...

O locutor encerra o seu trabalho afirmando que Rio Branco tá uma calamidade...

Vale a pena ouvir: clique aqui.

Foto de Bocalom: Wania Pinheiro, Foto de Marcus Alexandre: Selmo Melo

10 setembro 2012

A APATIA DE TIÃO E JORGE VIANA NA CAMPANHA DE MARCUS ALEXANDRE

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Os eleitores de Rio Branco já notaram e os observadores mais curiosos estão querendo entender: Por que os irmãos Tião e Jorge Viana ainda não se engajaram totalmente na campanha de Marcus Alexandre, candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, ao contrário do que fizeram em 2010, quando tentaram eleger Edvaldo Magalhães senador?

Falta um mês para o pleito e nem sinal dos dois nos programas eleitorais de rádio e TV, nos materiais impressos e em outdoors. Não dá para entender, pois Tião e Jorge Viana são as maiores expressões políticas do PT local e, ocupando os cargos de governador e senador, podem ser classificados na atualidade como os políticos mais relevantes do Acre no cenário nacional.

Além disso, considerando que a candidatura de Marcus Alexandre é fruto de uma imposição de Tião e Jorge Viana ao conjunto de partidos que formam a Frente Popular, era de se esperar que eles usassem seu imenso prestígio político e popular para alavancar o seu candidato noviço.

Parece que os manos estão cientes de que a aposta em Marcus Alexandre é muito arriscada e a passividade que estão demonstrando nesta altura da campanha eleitoral é incompreensível.

Quando temos situações nas quais um candidato sem qualquer expressão e experiência política concorre a um cargo majoritário, como é o caso de Marcus Alexandre, o normal é seus aliados e patrocinadores políticos mais tarimbados se colocarem ao seu lado –muitas vezes à sua frente– ao longo de todo o processo eleitoral para garantir aos eleitores que a inexperiência do mesmo não irá comprometer seu desempenho em caso de vitória.

Está provado que esse apoio ostensivo tem um efeito psicológico positivo no eleitorado, pois deixa claro que por trás do candidato inexperiente existe uma equipe extremamente experiente e competente. Adotar essa postura é, portanto, uma estratégia inteligente para ganhar votos. O ex-presidente Lula está fazendo isso com Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, e por causa disso Haddad tem subido como um foguete nas pesquisas de intenções de votos.

Em Rio Branco Marcus Alexandre está livre, leve e solto, aparentemente fazendo o que bem quer na sua campanha. Nada de material impresso de campanha, inserções no rádio, jornais e TV ao lado dos caciques dos partidos que o apóiam.

As pesquisas de intenções de votos revelam um aumento na sua popularidade, mas nada excepcional e fora dos limites que se espera que ele alcance, considerando que nunca disputou eleições e que no pleito de 2010 a frente de partidos que o apóia foi derrotada em Rio Branco.

Por essas razões, era de se esperar que o alarme de perigo de derrota já deveria estar tocando no comitê eleitoral de Marcus Alexandre. Não só não está, como, por incrível que possa parecer, deverá em breve soar no quartel general da campanha do líder na preferência dos eleitores, Tião Bocalom (PSDB).

Acontece que os equívocos cometidos por Bocalom, o franco favorito para vencer a eleição antes do início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, estão favorecendo a campanha de Marcus Alexandre. Até a sonhada polarização da disputa, almejada pelos planejadores da campanha do então inexpressivo Marcus Alexandre desde a oficialização de sua candidatura, se tornou uma realidade. Isso era fundamental para estancar um possível crescimento de Bocalom na preferência eleitoral – que era acima de 40% antes do início da campanha –, e garantir a ida de Marcus Alexandre para o segundo turno.

Depois do início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, a equipe de Marcus Alexandre não teve que fazer absolutamente nada para derrubar o prestígio eleitoral de Bocalom. Ele e sua equipe de apoiadores, com uma campanha vazia de propostas de trabalho e recheada de rancor contra todos e tudo que tem alguma relação com o PT e seus aliados, tem sido bastante eficientes em convencer os eleitores de que ele talvez não seja a melhor opção para comandar a nossa cidade pelos próximos quatro anos.

Um bom exemplo é a sua oposição ao programa Ruas do Povo, que está tirando da lama e da poeira milhares de pessoas de bairros periféricos da capital. Sem apresentar melhor alternativa, Bocalom deveria ser avisado que se continuar a criticar cegamente essa iniciativa sua candidatura irá minguar ainda mais. Custava prometer que iria adotar o programa, ampliar e fazer com mais qualidade?

Nesse contexto, pode-se atribuir que a garantia da realização de um segundo turno nas eleições, a campanha equivocada de Bocalom e a dificuldade de Fernando Melo (PMDB) em melhorar sua preferência junto aos eleitores, são responsáveis pela visível passividade de Jorge e Tião Viana na campanha de Marcus Alexandre. Em contraste, no interior do estado eles estão a todo vapor e participam intensamente das campanhas dos candidatos dos partidos da Frente Popular.

E como será a atuação de Jorge e Tião Viana no segundo turno da eleição em Rio Branco? Para muitos eles estão sendo resguardados para o segundo turno. Serão usados como trunfo, a arma secreta, a bala de prata que a Frente Popular precisa para vencer a eleição.

Outros consideram que a derrota da Frente Popular em Rio Branco nas eleições desse ano é inevitável – independente do candidato apresentado – e que por isso eles não querem associar suas trajetórias vitoriosas com essa derrota. Querem se resguardar para as eleições de 2014.

Uns poucos propõem que o apoio explícito deles nos programas de rádio, TV e em materiais impressos iria mais prejudicar do que ajudar e por isso eles não podem – embora queiram – aparecer na campanha. O choque de realidade vivido na eleição de 2010 deixou traumas, receios e mostrou que a capacidade de transferir prestígio eleitoral – votos – não é algo automático. A derrota de Edvaldo Magalhães para o Senado é a melhor prova.

O resultado da apuração das urnas trará a resposta e porá um fim nesse mistério. E mostrará se as lições da amarga vitória de 2010 foram aprendidas.

05 setembro 2012

VOCÊ AINDA CONFIA NO IBOPE?

Evandro Ferreira/Blog Ambiente Acreano
Com informações do site G1/Globo
[Corrigida e ampliada as 08:27h]

No mês passado a cidade de Rio Branco viveu uma intensa disputa política e jurídica envolvendo a proibição da divulgação de uma pesquisa do IBOPE sobre a preferência dos eleitores da capital na corrida pela prefeitura da cidade.

O candidato da oposição, e franco favorito para vencer o pleito, Tião Bocalom (PSDB), alegou que o IBOPE havia utilizado um formulário de pesquisa que favoreceu a declaração, por parte dos entrevistados, de intenção de voto no candidato situacionista, Marcus Alexandre, do PT, que governa o estado e a cidade de Rio Branco.

Isso aconteceu, segundo Bocalom, porque além das perguntas relativas à eleição, o formulário do IBOPE incluiu questões relativas ao nome, endereço e empregadores dos entrevistados. Como no Acre a maior parte das pessoas atua no setor público, muitas com contrato de trabalho temporário no governo estadual e na prefeitura da capital, os entrevistados nessa condição, temendo possível represália caso os dados da pesquisa cheguem às mãos dos atuais administradores do estado e da cidade, terminaram por declarar intenção de voto no candidato governista.

Apesar da querela jurídica que retardou a divulgação da pesquisa, o resultado da mesma foi surpreendente pelo fato de Marcus Alexandre, o candidato apoiado pela atual administração municipal e pelo governo do estado, ter aparecido como o líder nas intenções de votos.

O histórico do IBOPE no Acre não é dos melhores quando o assunto é indicar corretamente - dentro da margem de erro - a votação recebida pelos candidatos majoritários oposicionistas que concorrem com candidatos do grupo político liderado pelo Partido dos Trabalhadores. Em 2010, uma pesquisa do IBOPE divulgada na véspera do primeiro turno da eleição para o governo do estado indicava que Tião Bocalom iria alcançar apenas 39% dos votos, considerando uma margem de erro de ± 3%. A apuração dos votos pelo Tribunal Regional Eleitoral, entretanto, mostrou que Bocalom teve 49,18% dos sufrágios. Um erro de mais de 10%! Mais um pouco e Bocalom teria ganho a eleição no primeiro turno.

Por esta razão, partidários da oposição acreana ficam irados e desdenham do instituto de pesquisa, alegando que o mesmo manipula de forma descarada os resultados das mesmas para favorecer os candidatos situacionistas. Provas concretas ainda não foram apresentadas para justificar a tal manipulação. Pelo menos no caso do Acre.

Mas um fato envolvendo o IBOPE na cidade de João Pessoa, Paraíba, serviu para alimentar ainda mais a fogueira daqueles que desconfiam de possíveis manipulações por parte do referido instituto. Na terça-feira (04/08), a justiça eleitoral paraibana suspendeu a realização de uma pesquisa do IBOPE para determinar a intenção de votos para prefeito em João Pessoa porque um dos formulários usados na pesquisa omitia o nome de uma das candidatas concorrentes.

O pesquisador do IBOPE, Ricardo Miranda, detido enquanto realizava a pesquisa, trazia consigo uma cédula do questionário em que não constava o nome de Estelizabel Bezerra, candidata pelo PSB (veja imagem acima). O coordenador jurídico da campanha da candidata prejudicada, Marcelo Weick, explicou que decidiu acionar a Justiça depois que um dos entrevistados, Joel Cavalcanti, informou à assessoria jurídica da candidata que recebeu o pesquisador em sua casa e percebeu a falta do nome de Estelizabel Bezerra.

Depois que o assunto se tornou público na imprensa local, e antes da justiça eleitoral paraibana se pronunciar, o IBOPE emitiu nota tentando minimizar a 'falha'. Ele reconheceu que o nome de Estela Bezerra estava mesmo ausente da cédula de pesquisa, mas que continuaria a realizar o trabalho, pois o problema não causaria (sic) qualquer interferência nos resultados da pesquisa.

Após a justiça eleitoral se pronunciar em favor da suspensão da pesquisa, o IBOPE emitiu outra nota afirmando que havia decidido cancelar a pesquisa. Na nota ele reafirma que a pesquisa iniciada ‘não apresentava qualquer irregularidade’ e que a falha na impressão da cédula sem o nome da candidata do PSB não iria trazer qualquer impacto sobre o resultado da pesquisa. A nota se encerra com a afirmação de que “o IBOPE, comprometido com a lisura de suas pesquisas e com sua credibilidade, decidiu interromper e cancelar a pesquisa que estava sendo conduzida neste momento. Oportunamente será agendada uma nova rodada de pesquisa eleitoral neste município."

O que dizer de tudo isso? E se não tivesse havido a denúncia?

Ser eleitor não é fácil. Afora a dificuldade de escolher um, entre centenas de candidatos que tudo prometem para se eleger, o eleitor tem que ser bastante criterioso para não se deixar influenciar com os resultados de pesquisas divulgadas em profusão durante o período eleitoral. Existem pesquisas eleitorais e ‘pesquisas eleitorais’. Não é fácil diferenciá-las, pois as diferenças são muitas vezes detalhes sutis, quase imperceptíveis.

Por isso, com tudo que tenho lido e observado, estou me convencendo de uma coisa: “quem quiser que acredite e se iluda com as pesquisas eleitorais realizadas pelo IBOPE no Acre”.